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A inevitável disruptura no modelo de liderar:

tornar-se um líder consciente requer uma jornada de transformação interna


Toda sociedade é reflexo do nível de consciência de seus membros. Isto também reverbera na nossa vida pessoal e profissional.

O modelo de liderança baseado em obediência, rigidez, coerção e medo, herança do sistema patriarcal, não condiz mais com as necessidades humanas. “Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia”, como diz o cantor Lulu Santos.

A humanidade mudou e a única esperança para o futuro é através da mudança de consciência.

Assim como no sistema de educação não cabe mais decorar fórmulas e informações, nas organizações não cabe mais o condicionamento e valorização de características que são tradicionalmente masculinas, como a valorização da hierarquia e do individualismo.

Não dá mais para desvalorizar as qualidades e perspectivas tradicionalmente consideradas femininas, como o cuidado, a criatividade, empatia e o amor.

A velha sociedade patriarcal, da liderança que se coloca como orgulhosa, se achando a melhor e mais sábia que as demais, não tem mais lugar. A base dessa sociedade é o domínio do homem sobre a mulher, do intelecto sobre a emoção, do masculino sobre o feminino.

Quando na verdade o que é preciso é o equilíbrio entre as duas forças, presentes em todo o ser humano. É a transição do ‘poder sobre’ para o ‘poder com’.

Antes de seguirmos com a reflexão, faz-se necessário abrir dois parênteses:

1) tantos os homens quanto as mulheres possuem energias masculinas e femininas. Essas energias independem de gênero.

2) as mulheres também fomentaram esses valores patriarcais.

Aberto e fechado os parênteses e voltando a questão das energias masculina e feminina, as duas são necessárias em cada ser, em cada líder. O verdadeiro líder sabe navegar entre as duas polaridades de forma consciente.

Na dança do poder cada um saberá encontrar o seu ponto de equilíbrio entre as duas forças.

“Tornar-se um líder consciente requer uma jornada de transformação. Você não se torna um líder consciente apenas fazendo cursos de “O que líderes fazem”. São necessárias mudanças mais profundas para conectá-lo com bases verdadeiras de consciência e poder. A pessoa que você é é o líder que você é, portanto, você tem que fazer uma jornada interna para se transformar.” BAHT & SISODIA

Desligue o “foda-se” que tantos ensinam a ligar e esteja presente para iniciar a transformação.

Desligue o “foda-se” para acessar a você e aos outros com compaixão.

Há um ano, buscando conhecimentos sobre espiritualidade, equilíbrio das energias masculina e feminina, fui apresentada ao livro “Liderança Shakti – o equilíbrio do poder feminino e masculino nos negócios”, dos autores Nilima Baht e Raj Sisodia.

Após ler esse livro, algo despertou em mim e fui mais fundo sobre os ensinamentos Shakti. A reflexão é tão rica que busquei mais e me certifiquei como facilitadora do jogo de cartas Shakti, desenvolvido pela Maria Silvia Monteiro, com orientação da Nilima e Raj.

Shakti é um modelo de liderança consciente baseado no liderar com profundidade, começando de dentro para fora. É uma abordagem de liderança originada da consciência, a fonte máxima de tudo.

O que precisamos fazer é justamente desbloquear a fonte para encontrarmos a verdadeira liderança, com o equilíbrio entre as características maduras do feminino e masculino.

O desbloqueio vem através do estado de Presença. O ponto de partida para acessar Shakti é a Presença. E para acessar a Presença é preciso sair do nosso ego.

Estar na presença é permitir acessar aos nossos sentimentos. É permitir, aceitar e encarar os sentimentos. É olhar no espelho e conversar com a sua sombra.

Quando estamos na Presença, nós percebemos completamente e aceitamos seja lá o que for que estiver acontecendo dentro de nós, nossas resistências, traumas, tristezas e medos.

A crise coletiva que vivemos atualmente é de liderança e consciência. E para superarmos essa crise, precisamos primeiramente, fazer uma jornada interna para descobrir as respostas que estão dentro de nosso ser.

Mapear os sentimentos é descobrir o “mapa” do nosso projeto de vida. Aprender a ouvi-los sem os ruídos da ilusão será a nossa sintonia com “Eu interno”.

A presença também nos ajuda a descobrir o tal propósito verdadeiro e a “encontrar sentido ao nosso sofrimento” como dizia Viktor Frankl. Essa é a jornada heroica que nos exige um esforço extraordinário para completarmos o ciclo. É heroica porque exige coragem para atravessá-la.

Para atravessar a jornada heroica, muitas vezes precisamos morrer para renascer. Morrer com velhos hábitos, padrões e romper com velhas “muletas mentais”. Precisamos atravessar as dores para florescer os dons com maturidade.

Os dons da Presença são as capacidades de se sentir pleno, flexível e congruente. Esses são os pilares para atingir Shakti.

A sua transformação para atingir Shakti só será possível através da jornada interna, do acesso e mapeamentos dos seus sentimentos. Transforme a dor em fertilizante e em novas capacidades de libertar seu poder. E depois compartilhe com o mundo a sua jornada e aprendizados com plenitude, flexibilidade e congruência.

A crise aflora a oportunidade. Como Robin Sharma escreveu: “Atrás do seu pior medo está sua melhor vida.” Não dá para evitar ou ignorar. A única saída é atravessar; você tem que enfrentar o seu pior medo, que é a sua sombra.

Preste atenção na antiga máxima grega: “Conheça a si mesmo”.

Será que estamos caminhando para outro nível de consciência coletiva e consequente uma sociedade mais evoluída?

Priscylla Spencêr


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