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Nos sentimentos estão as profissões do futuro


O que eu mais percebo diante dessa era digital são pessoas solitárias e carentes. Enquanto algumas pessoas fogem das conversas porque não têm tempo, outras engatilham um papo “do nada”. Basta um cumprimento, para que ela descarregue vários assuntos em uma fala.

No meu trabalho, onde eu deveria apenas ouvir questões relacionadas ao mesmo, da rotina processual das pessoas em seus postos de trabalho, é inevitável ouvir os desabafos de colaboradores insatisfeitos com diversas coisas.

Alguns ficam com medo de falar, pois acham que o meu “papel” ali, com aquela entrevista, é justamente encontrar os gargalos para que sejam desligados da empresa, a famosa “redução de custos”.

Mas outros aproveitam para reclamar do quanto estão chateados com o trabalho, com a chefia, com a empresa e até com a vida.

Fato que reclamar faz parte de uma característica humana. Mas ao longo dessa caminhada de entrevistas para montar processos e fluxos otimizados, fui percebendo o quanto as pessoas não têm acesso aos próprios sentimentos.

O “falar por falar”, na verdade, parecia, muitas vezes, uma grande insatisfação pessoal, algo de dentro, sem relação com o trabalho ou com a empresa.

Parecia ser algo mais profundo. Mas achar o “culpado” para as dores internas é sempre mais fácil. Culpar o chefe, a empresa, é mais fácil. Claro que, boa parte das queixas faziam sentido, pois sabemos o quanto as empresas ainda, não se importam com o lado humano, e só pensam na produção. Algo que está mudando, graças a essa aceleração tecnológica e transformação da forma de consumo atual. Que cada vez mais tem o consumidor final como protagonista de suas escolhas.


O conhecer-te a ti mesmo, nunca foi tão atual e necessário. Ou você conhece a si mesmo ou os algoritmos serão capazes de te conhecer melhor do que você, como disse o historiador e filósofo Israelense Yuval Harari.

Pensando sobre essa trajetória das entrevistas de mapeamento de processos e como as pessoas precisam ter acesso a si mesmo, aos próprios sentimentos, e trazendo todo o processo de conhecer os meus próprios sentimentos, foi que caiu a ficha: “vou mapear os sentimentos em vez de processos de trabalho”.

Cheguei à conclusão que mapear somente os processos “cartesianos” não é suficiente se não entendermos as pessoas e suas habilidades. Se não incentivarmos a sua criatividade. Não há produtividade sem criatividade. E não há criatividade sem autoconhecimento, sem acesso aos sentimentos.

Como descobrir habilidades sem se conhecer?

Dentro do meu processo de autoconhecimento, vale lembrar aqui que é contínuo, eu diria que para a vida toda, descobri que quando estou inspirada, escrevo poesias. Bem como, descobri essa outra habilidade que estou apresentando neste artigo, o mapeamento dos sentimentos.

Nos sentimentos está o “mapa” do nosso projeto de vida.


Nos sentimentos estão as profissões do futuro.


Priscylla Spencêr

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